"Viver é bom", proclamas

Venham altas montanhas
Ventos do mar ....

Era grande, gigante. Ainda é. Tinha uma voz arrebatadora e usava a música como arma na eterna luta de tentar tornar este num mundo melhor e de mudar a sociedade e as mentalidades. Muito mais não se pode dizer, porque quando algo é para nós tão enorme, eterno e transcendente, não é fácil falar disso. Apenas, que viva o Zeca, para sempre!

Acho que é isso que me torna Alentejana. Mais que a pronúncia e o comer pão com tudo. Eu sou Alentejana porque me faz falta o Sol. É por ter nascido aqui que o Sol me faz tanta falta, porque na minha Terra há quase sempre Sol. Faz-me falta, a luz brilhante e plena, sem nuvens, nem uma, a tapar ou a esconder. Faz-me falta o fechar os olhos e ver e sentir aquele tom amarelo sob as pálpebras. Faz-me falta poder-me sentar ao Sol e sentir-me toda eu a aquecer por dentro e por fora. Faz-me falta o conforto do calor do Sol, diferente do todos os outros tipos de calor. Faz-me falta ver os campos da minha terra verdes no Inverno e amarelos no Verão e o Sol, timido no Inverno e descarado no Verão, a brilhar, sempre sempre, num céu azul. Faz-me falta o amarelo do Sol, o redondo do Sol, o calor do Sol, a luz do Sol. Não sei, acho que preciso, como as plantas, de realizar fotossintese. Uma fotossintese emocional. Muito tempo com muitas nuvens e fico cinzenta como o céu.